quinta-feira, 22 de maio de 2014

Gucci: Alerta para a mudança

A maison fundada em 1921 passou por várias transformações nas últimas décadas e, desde 2009 está sob a direção criativa de Frida Giannini, descrita no mundo da moda como uma mulher forte e visionária. Giannini trabalhou durante anos como assistente de Tom Ford, o grande responsável pela revitalização da grife na década de 90.
Quando assumiu o controle Ford mudou por completo a imagem da marca Italiana, na época a representação escolhida por ele era a de uma mulher forte e vencedora num mundo dominado pelo masculino. O conceito funcionou bem e, várias celebridades aderiram ao que no momento em questão era conhecido como 'estilo Gucci'.
Com Giannini, a mulher poderosa da maison é transferida para as ruas, desde que assumiu a direção criativa ela pôs em prática 210 projetos sob o nome de 'Chime for a Change', algo como alerta para mudança em Português. Desde então a Gucci reuniu nomes como Florence Welch, Ellie Goulding e Rita Ora para colaborações com a grife além de um show que angariou mais de U$130,000 os quais foram distribuidos para os projetos envolvidos na campanha. A missão de fortalecimento da mulher foi além da música e, em Julho do ano passado a grafiteira, muralista e artista plástica  Lydia Emily foi encarregada de pintar um mural em Los Angeles que homenageia Jessica, uma sobrevivente do tráfico sexual. Jessica atualmente trabalha em um dos projetos da campanha que ajuda outras mulheres que desejam deixar a indústria do sexo. 
Atualmente a grife trabalha para lançar a sua primeira linha de maquiagem e o rosto da campanha será Charlotte Casiraghi, uma renomada amazona estudante de filosofia mais conhecida por ser filha da Princesa Caroline de Mônaco.

Madonna recebeu o seu astronauta toda de Gucci no VMAs de 1995



Amber Valletta foi o rosto escolhido por Tom Ford para representar a mulher forte da Gucci dos anos 90


Frida Giannini ao lado de uma de suas criações mais polêmicas: a bolsa tattoo

Florence Welch e Frida Giannini
Ellie Goulding, Blake Lively, Florence welch, Freida Pinto e Rita Ora. Algumas das celebridades envolvidas no projeto 'Chime for Change'
Frida Giannini com Salma Hayek e Beyoncé,  porta vozes da campanha 'Chime for Change'
Lydia Emily a artista responsável pelo mural  'Jessica' 

O mural 'Jessica' presta homenagem à sobrevivente do tráfico sexual 
Charlotte Casiraghi, a amazona da realeza, foi escolhida para representar a nova campanha da Gucci

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Resumão Lollapalooza: o começo, o fim e o tupiniquim

Aconteceu no último final de semana (05 e 06 de Abril) no Autódromo de Interlagos a 3a. edição brasileira do festival de música Lollapalooza. Idealizado por Perry Farrel o evento teve a sua estréia em 1991 e rodou os Estados Unidos apostando em bandas mais obscuras na época como Nine Inch Nails, Rollins Band e Jane's Addiction (na qual Perry é o vocalista) entre outras já respeitadas no circuito underground como Siouxsie and the Banshees e Butthole Surfers. De 1991 à 1997 o festival atingiu grandes proporções e acabou sendo extremamente criticado pela escolha de bandas mainstream como Metallica e Snoop Doggy Dogg como headliners além dos line ups dominados pela música eletrônica (outra paixão de Farrell). 
Depois de um intervalo de 5 anos o festival volta em 2003, numa época em que as pessoas estão menos cínicas (o que não significa que estejam mais informadas) e mais à fim de se divertirem do que pagarem de posers e, em 2011 tem a sua primeira versão brasileira. Atualmente todos os estilos musicais são bem recebidos no evento desde bandas de rock comercial como Pearl Jam e Audioslave como os eternos punks Iggy & The Stooges e Patti Smith além de outras newcomers indie, soul, eletrônica, etc. A edição brasileira deste ano contou com mais de 23 bandas por dia que foram divididas em 3 palcos, deixando à critério do público montar a sua própria programação. Nos intervalos entre uma apresentação e outra as pessoas puderam desfrutar de outras atrações como a tenda gastrônomica com a presença dos 'Chefs na Rua', a pista de patinação, o hang out com loja de LPs, a roda gigante e o jantar nas alturas. Infelizmente com a troca de produtora (as edições passadas foram produzidas pela Geo e, atualmente a Tickets For Fun é a responsável) foi possível notar o amadorismo na organização, por exemplo a péssima disposição de corredores que acarretou em lentidão na passagem de um palco para outro além das condições precárias dos banheiros químicos que não tinham folhas de pinho no chão (item básico em qualquer festival que AINDA utiliza banheiros químicos), cerveja SKOL com preço de HEINEKEN, poucas opções de comida vegetariana, entre outros micos. 
No demais a atmosfera era tranquila, o público mais maduro curtia ao fundo os shows com camisetas do New Order e Soundgarden, meninas e meninos bonitos que nem sabiam os nomes das bandas desfilavam nos corredores, adolescentes em frenezi na expectativa de verem sua banda favorita na grade, pais e filhos sentados no gramado em clima de pic nic, todas as tribos convivendo sem confusão ou violência. No momento junto com a depressão pós-festival fica a expectativa de que com a popularização desse tipo de evento no país as produtoras elevem os padrões de qualidade para que as pessoas tenham uma experiência verdadeiramente  LALAPALOOSA (extraordinário, em Inglês).
Siouxsie and the Banshees na primeira edição do festival em 1991



Kat Bjelland líder da Babes in Toyland com Layne Staley (Alice In Chains), Les Claypool (Primus) e Maynard James Keenan (Tool) . As bandas foram headliners da edição de 1993.


As meninas da L7 entrevistando Nick Cave para a MTV americana, ambas as bandas tocaram no Lollapalooza de 1994.

A poeta e compositora punk Patti Smith fez parte do line up de 1995


No ano de 1995 Courtney Love era conhecida por mostrar os seios, falar palavrões, e praticar stage diving durante as apresentações da sua banda, a Hole. Não foi á toa que era uma das atrações mais esperadas do evento.


Brody Dalle na época à frente da Distillers havia acabado de lançar o terceiro e último álbum (excelente, aliás) da banda e tocou no palco principal da edição de 2003.


Torry Castellano baterista da formação original da The Donnas (deixou a banda recentemente devido à sua tendinite severa) com Josh Homme e Nick Oliveri (Queens of the Stone Age) e Akil (Jurassic 5) no backstage do Lollapalooza 2003 sendo entrevistados pela MTV. As bandas eram parte do line up desse ano.


Carrie Brownstein e Janet Weiss da saudosa Sleater-Kinney  tocaram no palco Champ em 2006. Após os shows a banda anunciou que entraria um hiato por tempo indefinido.


Juliette Lewis deixou a carreira de atriz em segundo plano e em 2007 estourou com a sua banda Juliette and the Licks, famosa por suas apresentações energéticas a cantora foi atração do Lollapalooza do mesmo ano.


Sharon Jones, a mulher que trouxe o funk e soul raiz de volta junto com os Dap Kings foi uma das atrações que pôs o povo para dançar no festival em 2008


Emma Richardson a baixista da Band of Skulls que tocou no Lollapalooza de 2009


Emily Haynes a multi instrumentista e frontwoman da banda canadense Metric tocou na edição de 2010 do festival.



Joan Jett foi a atração principal da estréia do festival no Brasil em 2012 e mostrou aos novatos como se faz rock'n'roll de verdade. Tocou todos os hits da sua carreira inclusive 'Cherry Bomb' da época das Runaways.



Savages é uma das poucas bandas novas (senão a única) relevante, composta somente por mulheres e liderada pela francesa Jehnny Beth o grupo aposta em um post-punk vísceral. Num mundo onde o pop vem disfarçado de indie as meninas não hesitaram em mostrar a que vieram, remando contra a maré fizeram uma apresentação feroz e com o melhor Português (não-nativo) do festival deixaram o recado: 'Não deixem os filhos da puta te derrubarem'. O grupo Londrino se apresentou no último dia do festival em São Paulo.



Comforto é indispensável! Essa foi a pegada do público presente no Lollapalooza de 2014. Muitos shorts, leggings, camisetas, camisas soltas e, ao contrário do ano passado em que grande parte das meninas estavam usando aqueles horríveis sneakers de salto embutido nesse ano elas investiram em tênis e botinhas estilosas.
   


O público literalmente mergulhou de cabeça nos shows. E que venha Lolla 2015!























quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A Disney fabulosa de Annie Leibovitz

Annie Leibovitz é um nome comum no mundo da fotografia, a artista trabalhou por 10 anos como chefe de fotografia da revista Rolling Stones, fotografou o famoso retrato de John Lennon nu agarrado à Yoko Ono além de clicar outras milhares de celebridades em situações intimistas e às vezes polêmicas.
Quem nunca folheou uma publicação de Moda e se deparou com um editorial em que as modelos usam um batom exagerado e rímel escorrendo em cores super saturadas? Então, essa é a marca de Annie, a queridinha dos editores-chefes quando se trata de fotografia 'high fashion'.
Desde 2007 a fotógrafa Americana assume seu lado mais pop sendo responsável por uma série de retratos chamados de Disney Dream Portraits estes que vem sendo usados para a publicidade da Disney Parks and Resorts. Os retratos mostram celebridades na pele de personagens clássicos. O resultado você confere abaixo:

Jessica Chastain como a princesa Merida de Valente

Julie Andrews (a eterna Mary Poppins) como a Fada Azul e Abigail Breslin como a Fada Aprendiz de Pinóquio

Michael Phelps como um sereio e Julianne Moore como a Princesa Ariel de A Pequena Sereia

Scarlett Johansson como Cinderella

Jessica Biel é Pocahontas

Gisele Bundchen como Wendy, Tina Fey como Sininho e o bailarino Mikail Baryshnikov como Peter Pan

Rachel Weisz como Branca de Neve

Jack Black, Will Ferrell e Jason Segel como os fantasmas da Mansão Mal Assombrada

O polêmico comediante Britânico Russell Brand como Capitão Gancho

David Beckham como o Príncipe Felipe da Bela Adormecida

Jeff Bridges e Penélope Cruz como A Bela e a Fera

Johnny Depp como Jack Sparrow e a cantora e poeta punk Patti Smith como outro pirata para a atração Piratas do Caribe

Alec Baldwin como o Espelho Mágico e Olivia Wilde como a Bruxa Malvada de Branca de Neve

A rapper Queen Latifah como Ursula de A Pequena Sereia
O tenista Roger Federer como o Rei Arthur

Whoopi Goldberg como o Gênio da Lampada de Alladin

O making of dos retratos podem ser assistidos acessando o link oficial da Disney Parks:
Disney Parks and Resorts

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Laranja Pop

Em 19 de Dezembro de 1971 Stanley Kubrick lançava uma das maiores obras primas do cinema: Laranja Mecânica . O filme apesar da violência e conteúdo sexual levanta questões importantes sobre moralismo, totalitarismo e livre arbitrio em forma de sátira social. O elenco inclui Malcolm McDowell como o psicopata carismático Alex DeLarge e Warren Clark como o seu nem tão fiel escudeiro Dim.
A trilha sonora arrebatadora é um elemento de destaque, ela acompanha as nuances do pensamento e das ações de Alex Delarge. De 'Singing in the Rain' interpretado por Fred Astaire à 'Nona Sinfonia' de Ludwig Van Beethoven o perfeccionismo e genialidade de Kubrick e Wendy Carlos são especialmente notados na faixa 'March From a Clockwork Orange' (A Nona Sinfonia de Beethoven com arranjos de Wendy Carlos,na época Walter Carlos), a música é citada como grande influência de bandas synthpop por ser pioneira no uso do vocoder.
O figurino que hoje faz parte da cultura pop é resultado da mente brilhante de Milena Canonero, responsável por este e outros clássicos do diretor. Para quem desconhece a figurinista saiba que em 2006 ela ganhou o Oscar de melhor figurino pelo filme queridinho das fashionistas Marie Antoinette da Sofia Coppola. Para compor o guarda-roupa do longa Milena trabalhou basicamente com uma cartela de cores primárias, as vítimas de Alex estão sempre usando cores fortes contrastando com o branco do traje dos Droogs ( a violenta gangue de Alex) e no final tons escuros e sóbrios retratam o personagem "civilizado".
Hoje 'Laranja Mecânica' é considerado cult e sua influência na cultura pop é massivamente notada nas estampas das camisetas laranjas de fãs (ou hipsters), reproduzido nas fantasias de halloween e até em 'action figures' uma vez que chega à ser absurdo pensar que o filme só foi liberado para projeção nos cinemas do Reino Unido em 1999 após a morte de Kubrick.
Para quem interessar ter um experiência mais interativa vale visitar a exposição Stanley Kubrick, nela tanto os figurinos originais quanto as esculturas do Korova Milk Bar da artista Liz Moore podem ser vistos pessoalmente. A exposição acontece no MIS em São Paulo até o dia 12 de Janeiro de 2014.


Alex e sua gangue, os Droogs

Stanley Kubrick e Malcom McDowell no set de filmagem

Wendy Carlos (na época Walter) compositora famosa por experimentações com sintetizadores responsável pela trilha sonora do filme

Malcom McDowell o eterno 'Droog' Alex

O quarto de Alex Delarge com decoração de vanguarda e referência à Beethoven

A escultura Lucy da artista plástica Liz Moore pode ser vista na exposição itinerante 'Stanley Kubrick' atualmente no MIS em São Paulo

De Lego à Hello Kitty o filme é parte da cultura pop

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Bad Girls Club

Toda década surge um grupo de mulheres na música que chegam pela tangente e conseguem passar a sua mensagem. De Suzi Quatro à Salt-n-Pepa e toda a nata riot grrrl dos anos 90, essas garotas conseguem driblar a demanda do mercado musical (sempre em busca da próxima rainha do pop) e se fazerem ouvidas.
Separamos quatro exemplos de mulheres que representam bem o novo escalão de bad girls no atual cenário da música (não-mainstream) além da sua ligação com a Moda.


M.I.A.

Nome artístico de Mathangi Maya Arulpragasam, música, cineasta, ativista e artista Inglesa de descendência Tâmeis. A artista está na ativa desde o começo da década passada mas foi em 2008 com o hit 'Paper Planes' que ganhou reconhecimento internacional.
Suas letras falam sobre conflitos étnicos, feminismo e crítica social e, por causa disso chegou a ter o seu visto negado nos EUA em 2005 entrando para a lista de riscos à segurança do país.
A cultura urbana multi étnica agregada ao hip hop dão o tom também no estilo da cantora que já foi capa de publicações como Dazed and Confused, Venus Zine, Spin entre outras. 


Alexis Krauss

A cantora do duo Sleigh Bells teve uma infãncia relativamente normal foi modelo da Nickelodeon e integrante do grupo teen Ruby Blue. Talvez o fato de ter se formado em Ciências Políticas e ter sido professora em uma escola no Bronx (bairro barra pesada em Nova Iorque) tenha ajudado a moldar a Alexis que conhecemos hoje, uma feroz pin up moderna.
A música do Sleigh Bells é uma colagem de sons acompanhados da guitarra pesada de Derek e os vocais alternados entre o doce e o gritado de Alexis.
Krauss diz que seu estilo pessoal é influenciado pelos seus ídolos na música: Lita Ford, Joan Jett, Debbie Harry e Cindy Lauper. A cantora é atualmente um dos rostos da linha de maquiagem da Sephora.



Gin Wigmore

A Neozeolandesa Virgina 'Gin' Wigmore começou sua carreira musical aos 16 anos após ganhar um concurso musical, entre milhares de participantes ela era a única que não tinha contrato com uma gravadora na época. 
Atualmente com 27 anos a compositora já pode se gabar de ter assinado contrato com a Motown, gravado no estúdio do Frank Sinatra, atuado com Daniel Craig para uma vinheta do filme Skyfall (da franquia James Bond) além de ter sido 4 vezes disco de platina em seu país.
A música de Gin é pop inspirado em bluegrass e a temática são os seus relacionamentos pessoais nos quais aliás ela é a badass da história.
Misture dançarinas de Charleston com o kinderwhore dos anos 90 e o resultado é essa menina com jeito de tomboy e voz de cantora de cabaret. O estilo arrojado de Gin Wigmore a pôs na capa da revista glossy Cleo e da Inked magazine..




Alison Mosshart

Alison (ou VV) já foi a frontwoman da banda punk Discount mas hoje é mais conhecida como a metade feminina do duo de indie rock The Kills. Seus outros projetos musicais incluem o super grupo formado por Jack White, The Dead Weather, com pegada mais blues rock.
Mosshart tem um estilo que lembra o de Jennifer Herrema na época do Royal Trux, a típica rock chick durona, só que mais polida, evocando vez ou outra uma Patti Smith repaginada. Devido ao seu estilo pessoal acabou tornando-se um fashion icon e, é comum ver os seus looks reproduzidos em editorias da Vogue ou em posts 'get the look' de blogs de Moda. Alison esporadicamente faz trabalhos como modelo.